Existem vários aspectos psicológicos que os serial killers têm em
comum, tanto no que diz respeito à sua ação quanto ao seu passado.
Na infância, nenhum aspecto isolado define a criança como um serial
killer em potencial, mas a chamada “terrível tríade” parece estar presente no
histórico de todos os serial killers: enurese em idade avançada, abuso sádico
de animais ou de outras crianças, destruição de propriedade e piromania.
Outras características comuns na infância desses indivíduos são:
devaneios diurnos, masturbação compulsiva, isolamento social, mentiras
crônicas, rebeldia, pesadelos constantes, roubos, baixa auto-estima, acessos
de raiva exagerados, problemas relativos ao sono, fobias, fugas, propensão a
acidentes, dores de cabeça constantes, possessividade destrutiva, problemas
alimentares, convulsões e automutilações, todas elas relatadas pelos
próprios serial killers em entrevistas com especialistas.
Apesar de não fazer parte da “terrível tríade”, o isolamento familiar
e/ou social é relatado pela grande maioria deles. Quando uma criança é
isolada ou deixada sozinha por longos períodos de tempo e com certa
freqüência, a fantasia e os devaneios passam a ocupar o vazio da solidão. A
masturbação compulsiva é conseqüência altamente previsível.
Para as pessoas normais, as fantasias podem ser usadas como fuga ou
entretenimento. É temporária, e existe a compreensão por parte do
indivíduo de que é completamente irreal. Para os serial killers a fantasia é
compulsiva e complexa. Acaba se transformando no centro de seu
comportamento, em vez de ser uma distração mental. O crime é a própria
fantasia do criminoso, planejada e executada por ele na vida real. A vítima é
apenas o elemento que reforça a fantasia.
A escalada da fantasia, ao exigir constante reforço e, para tanto,
sucessão de vítimas, acaba se tornando o motivo do crime e estabelecendo a
“assinatura” do criminoso.
O comportamento fantástico do serial killer serve a muitos objetivos:
aplaca sua necessidade de controle, dissocia a vítima tornando os
acontecimentos mais reais, dá suporte à sua “personalidade para fins
sociais” e é combustível para futuras fantasias.
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